O Povo Aqui de Nois do Nordeste, Os Nordestino tem um dialeto
rico e variado ao qual nós carinhosamente apelidamos de Nordestinês. As palavras
usadas possuem significados tão fortes que a explicação do seu significado pode
gerar uma bela história.
Do mesmo modo que as palavras mais comuns do nosso português
são transformadas bruscamente para o Nordestinês, os nomes de doenças também
são afetados por esse jeito peculiar de falar. A mudança é tão significativa
que algumas das doenças até adquirem caráter cômico após a reescrita.
A partir de hoje, iremos fazer uma serie de postagens com
algumas dessas doenças e expressões e os seus significados. E para começar
vamos conhecer mais um pouco da famosa ´´Zonzura``
Zonzura
Zonzura, Zonzeira ou
vertigem: É a ilusão de movimento do corpo ou do ambiente algumas vezes
definida adicionalmente como rotatória ou unidirecional.
Trata-se de um sintoma comum, associado a uma série de
patologias possíveis de serem ditas como causadoras do processo.
Frequentemente é associada com outros sintomas como impulsão
(sensação do corpo empurrado ou arremessado para o espaço), osciloscopia
(ilusão visual de movimento para frente e para trás), náuseas, vômitos, ataxia
de marcha.
Mais num precisa de ninguém ficar aperriado por causa dessas
coisas não vice? Essas zonzura em muitos
casos não passa de fadigas.
Ei, tu sabe como é que se chama o caba que tá com zonzura? É
um zonzo oxente.
AMAZAN: É Aqui De Nois |
Para começar vamos fala de um artista que tem todos os predicados acima sitados, aproveitem!
AMAZAN
Início
Amazan foi criado em Jardim do Seridó, interior do Rio Grande do Norte, onde desde criança já
apreciava a poesia e a boa música nordestina.
Ainda no início da adolescência dava os
primeiros acordes na sanfona. Em Jardim do Seridó viveu até os 19 anos, quando
voltou para Campina Grande.
Tropeiros da Borborema
Na Rainha da Borborema (Campina Grande),
por volta de 1984,
conheceu o grupo de cultura nativa Tropeiros da Borborema e,
a convite de Gerson Brito, seu Diretor, passou a ser "tocador oficiá dos
tropêro". Como membro dos Tropeiros, Amazan teve oportunidade de mostrar a
sua arte para vários estados brasileiros e até para a Europa, sendo o grupo uma
vitrine para o seu trabalho e para uma mudança profunda na sua visão do mundo.
Junto com dois outros integrantes
formou "os três do forró" e gravou o seu primeiro compacto; Algum
tempo depois este grupo se desfez e um novo trio foi criado, o "festejo
nordestino", e mais um compacto gravado.
Carreira Solo
Em 1989, em carreira solo, Amazan grava
o primeiro LP, "Naturalmente".
A poesia chegou primeiro na vida de
Amazan e por volta dos doze anos escreveu o primeiro de uma série de cordéis.
Escreveu e editou três livros, são eles: Palavra De Nordestino, Nordeste Em
Carne e Osso e, HumoRimado, lançado em 2009. Neste mesmo ano, Amazan fez várias
apresentações no programa TV Xuxa da rede Globo, onde participou de dois
concursos de paródias onde sagrou-se campeão em ambas edições. Neste ano, 2011,
foi o artista participante da campanha publicitária junina da cerveja Nova Schin veiculada
em todo o Brasil, onde narrava as histórias acompanhado de seu acordeon.
Amante do forró, enriquecido pelas
raízes culturais que lhe deram suporte para buscar estabilidade, autenticidade,
mas também pela responsabilidade de levar ao seu público uma cultura enraizada
nos pilares nordestinos, com amor e respeito ao gênero musical sem recorrer a
apelos agressivos.
No nosso país é muito forte as expressões idiomáticas porem nenhum lugar do Brasil é tão notória esssa expressões como no Nordeste.
A Página do Facebook ´´ Nação Nordestina ``, posta quase que diariamente pequenos fragmentos chamados de CURSO INTENSIVO DE NORDESTINÊS, nos quais eles mostram a palavre, seu significado e sua aplicação em uma frase.
O Aqui De Nois com a devida autorização da página vem repostando essas frases aqui no blog para vocês.
Foto: desenho demostrativo do século XIX mostrando a ação de uma "Luzerna". |
Será que tudo que se ouve falar sobre fenômenos sobrenaturais da humanidade ao longo dos tempos está somente no imaginário do povo?
Talvez sim ou não. o fato é que essas coisas existem. A Algum tempo comecei há alguns anos um pequeno estudo sobre folclore/ciência e tentava explicar através da ciência fenômenos paranormais de cunho muitas vezes centrados na crendice popular tal como a Mãe D`Água, Luzerna e Caipora. Hoje fazendo uma ronda em meu pc acabei encontrando algumas partes e resolvi postar aqui um trecho do capítulo que se refere à Luzernas. alguém já ouviu falar?
"Luzernas no popular do imaginário popular nordestino se refere a duas luzes que se degladiam a noite inteira batendo uma contra a outra (seria a alma de dois cumpadres que morreram sem se falar). Em alguns casos essas aparições partem para cima dos mais curiosos que tentam ver de perto o que está acontecendo, daí vem o nome de Fogo Corredor. Cientistas norteamericanos descobriram algo chamado "Ball lightning" ou melhor "bola de luz", um fenômeno muito próximo de nossas luzes aqui. Trata-se de um inexplicável fenômeno elétrico que faz com que uma bola de luz elétrica vagueie na atmosfera e muitas vezes explodindo no ar (...) Outros casos relatados se referem à gás metano presente em algum paredão de pedra, devido ao estado de putrefação orgânico de alguns animais em decomposição e ao aproximar fogo haveria uma combustão instantânea (...)".
Seria interessante continuar a pesquisa? O que acham? Eu estaria destruindo nossa cultura ou ampliando cada vez mais para mostrar que o povo não apenas criou e sim interpretou mal?
ATENÇÃO Nação Nordestina! Nos próximos
dias acontecerá o lançamento da nossa Bodega Nordestina - A loja Virtual do
nosso povo! E pra começar bem, nada melhor que mostrar o orgulho de ser
"AUTENTICAMENTE NORDESTINO" e o amor pelos nossos lindos estados com
uma camiseta bem porreta! Falta pouco pro lançamento meu povo! Um abraço do
tamanho do nosso Nordeste!
Em nossa Bodega teremos sempre Camisetas
com estampas relacionadas ao Nordeste, nosso povo, história, cultura, humor e
etc... mas quem faz a Bodega Nordestina é o povo Nordestino, então bota o
quengo ai pra pensar e vamos ter boas ideias de estampas para nossas
camisetas... Diga ai Seu Zé... a Senhora também Dona Maria...manda sua dica!
LEIA! Conheça a história desse Cabra
macho de verdade!
Esse homem sim merece nosso respeito, destaque, atenção, admiração e gratidão!
Odilon de Oliveira, de 56 anos, estende o colchonete no piso frio da sala, puxa o edredom e prepara-se para dormir ali mesmo, no chão, sob a vigilância de sete agentes federais fortemente armados. Oliveira é juiz federal em Ponta Porã , cidade de Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai e, jurado de morte pelo crime organizado, está morando no fórum da cidade. Só sai quando extremamente necessário, sob forte escolta. Em um ano, o juiz condenou 114 traficantes a penas, somadas, de 919 anos e 6 meses de cadeia, e ainda confiscou seus bens. Como os que pôs atrás das grades, ele perdeu a liberdade. 'A única diferença é que tenho a chave da minha prisão.'
Traficantes brasileiros que agem no Paraguai se dispõem a pagar US$ 300 mil para vê-lo morto. Desde junho do ano passado, quando o juiz assumiu a vara de Ponta Porã, porta de entrada da cocaína e da maconha distribuídas em grande parte do País, as organizações criminosas tiveram muitas baixas.Nos últimos 12 meses, sua vara foi a que mais condenou traficantes no País.
Oliveira confiscou ainda 12 fazendas, num total de 12.832 hectares , 3 mansões - uma, em Ponta Porã , avaliada em R$ 5,8 milhões - 3 apartamentos, 3 casas, dezenas de veículos e 3 aviões, tudo comprado com dinheiro das drogas. Por meio de telefonemas, cartas anônimas e avisos mandados por presos, Oliveira soube que estavam dispostos a comprar sua morte.
'Os agentes descobriram planos para me matar, inicialmente com oferta de US$100 mil.' No dia 26 de junho, o jornal paraguaio Lá Nación informou que a cotação do juiz no mercado do crime encomendado havia subido para US$ 300 mil. 'Estou valorizado', brincou. Ele recebeu um carro com blindagem para tiros de fuzil AR-15 e passou a andar escoltado.
Para preservar a família, mudou-se para o quartel do Exército e em seguida para um hotel. Há duas semanas, decidiu transformar o prédio do Fórum Federal em casa. 'No hotel, a escolta chamava muito a atenção e dava despesa para a PF.' É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala de despachos de Oliveira virou quarto de dormir. No armário de madeira, antes abarrotado de processos, estão colchonete, roupas de cama e objetos de uso pessoal. O banheiro privativo ganhou chuveiro. A família - mulher, filho e duas filhas, que ia mudar para Ponta Porã, teve de continuar em Campo Grande. O juiz só vai para casa a cada 15 dias, com seguranças. Oliveira teve de abrir mão dos restaurantes e almoça um marmitex, comprado em locais estratégicos, porque o juiz já foi ameaçado de envenenamento. O jantar é feito ali mesmo. Entre um processo e outro, toma um suco ou come uma fruta. 'Sozinho, não me arrisco a sair nem na calçada..'
Uma sala de audiências virou dormitório, com três beliches e televisão. Quando o juiz precisa cortar o cabelo, veste colete à prova de bala e sai com a escolta. 'Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade.' Na última ida a um shopping, foi abordado por um traficante. Os agentes tiveram de intervir. Hora extra. Azar do tráfico que o juiz tenha de ficar recluso. Acostumado a deitar cedo e levantar de madrugada, ele preenche o tempo com trabalho. De seu 'bunker', auxiliado por funcionários que trabalham até alta noite, vai disparando sentenças. Como a que condenou o mega traficante Erineu Domingos Soligo, o Pingo, a 26 anos e 4 meses de reclusão, mais multa de R$ 285 mil e o confisco de R$ 2,4 milhões resultantes de lavagem de dinheiro, além da perda de duas fazendas, dois terrenos e todo o gado. Carlos Pavão Espíndola foi condenado a 10 anos de prisão e multa de R$ 28,6 mil. Os irmãos , condenados respectivamente a 21 anos de reclusão e multa de R$78,5 mil e 16 anos de reclusão, mais multa de R$56 mil, perderam três fazendas. O mega traficante Carlos Alberto da Silva Duro pegou 11 anos, multa de R$82,3 mil e perdeu R$ 733 mil, três terrenos e uma caminhonete. Aldo José Marques Brandão pegou 27 anos, mais multa de R$ 272 mil, e teve confiscados R$ 875 mil e uma fazenda.
Doze réus foram extraditados do Paraguai a pedido do juiz, inclusive o 'rei da soja' no país vizinho, Odacir Antonio Dametto, e Sandro Mendonça do Nascimento, braço direito do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. 'As autoridades paraguaias passaram a colaborar porque estão vendo os criminosos serem condenados.' O juiz não se intimida com as ameaças e não se rende a apelos da família, que quer vê-lo longe desse barril de pólvora. Ele é titular de uma vara em Campo Grande e poderia ser transferido, mas acha 'dever de ofício' enfrentar o narcotráfico. 'Quem traz mais danos à sociedade é mega traficante. Não posso ignorar isso e prender só mulas (pequenos traficantes) em troca de dormir tranqüilo e andar sem segurança.'
ESTE É O CARA E MERECE NOSSOS APLAUSOS!
POR ACASO A MÍDIA NOTICIOU ESSA BRAVURA QUE O BRASIL PRECISA SABER? NÃO, AGORA SE ELE FOSSE UM BBB OU O JOGADOR DE FUTEBOL... APARECIA EM TUDO!
ESTE SIM, É UM VERDADEIRO BRASILEIRO!!!!
POR FAVOR, FAÇA A SUA PARTE!
Esse homem sim merece nosso respeito, destaque, atenção, admiração e gratidão!
Odilon de Oliveira, de 56 anos, estende o colchonete no piso frio da sala, puxa o edredom e prepara-se para dormir ali mesmo, no chão, sob a vigilância de sete agentes federais fortemente armados. Oliveira é juiz federal em Ponta Porã , cidade de Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai e, jurado de morte pelo crime organizado, está morando no fórum da cidade. Só sai quando extremamente necessário, sob forte escolta. Em um ano, o juiz condenou 114 traficantes a penas, somadas, de 919 anos e 6 meses de cadeia, e ainda confiscou seus bens. Como os que pôs atrás das grades, ele perdeu a liberdade. 'A única diferença é que tenho a chave da minha prisão.'
Traficantes brasileiros que agem no Paraguai se dispõem a pagar US$ 300 mil para vê-lo morto. Desde junho do ano passado, quando o juiz assumiu a vara de Ponta Porã, porta de entrada da cocaína e da maconha distribuídas em grande parte do País, as organizações criminosas tiveram muitas baixas.Nos últimos 12 meses, sua vara foi a que mais condenou traficantes no País.
Oliveira confiscou ainda 12 fazendas, num total de 12.832 hectares , 3 mansões - uma, em Ponta Porã , avaliada em R$ 5,8 milhões - 3 apartamentos, 3 casas, dezenas de veículos e 3 aviões, tudo comprado com dinheiro das drogas. Por meio de telefonemas, cartas anônimas e avisos mandados por presos, Oliveira soube que estavam dispostos a comprar sua morte.
'Os agentes descobriram planos para me matar, inicialmente com oferta de US$100 mil.' No dia 26 de junho, o jornal paraguaio Lá Nación informou que a cotação do juiz no mercado do crime encomendado havia subido para US$ 300 mil. 'Estou valorizado', brincou. Ele recebeu um carro com blindagem para tiros de fuzil AR-15 e passou a andar escoltado.
Para preservar a família, mudou-se para o quartel do Exército e em seguida para um hotel. Há duas semanas, decidiu transformar o prédio do Fórum Federal em casa. 'No hotel, a escolta chamava muito a atenção e dava despesa para a PF.' É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala de despachos de Oliveira virou quarto de dormir. No armário de madeira, antes abarrotado de processos, estão colchonete, roupas de cama e objetos de uso pessoal. O banheiro privativo ganhou chuveiro. A família - mulher, filho e duas filhas, que ia mudar para Ponta Porã, teve de continuar em Campo Grande. O juiz só vai para casa a cada 15 dias, com seguranças. Oliveira teve de abrir mão dos restaurantes e almoça um marmitex, comprado em locais estratégicos, porque o juiz já foi ameaçado de envenenamento. O jantar é feito ali mesmo. Entre um processo e outro, toma um suco ou come uma fruta. 'Sozinho, não me arrisco a sair nem na calçada..'
Uma sala de audiências virou dormitório, com três beliches e televisão. Quando o juiz precisa cortar o cabelo, veste colete à prova de bala e sai com a escolta. 'Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade.' Na última ida a um shopping, foi abordado por um traficante. Os agentes tiveram de intervir. Hora extra. Azar do tráfico que o juiz tenha de ficar recluso. Acostumado a deitar cedo e levantar de madrugada, ele preenche o tempo com trabalho. De seu 'bunker', auxiliado por funcionários que trabalham até alta noite, vai disparando sentenças. Como a que condenou o mega traficante Erineu Domingos Soligo, o Pingo, a 26 anos e 4 meses de reclusão, mais multa de R$ 285 mil e o confisco de R$ 2,4 milhões resultantes de lavagem de dinheiro, além da perda de duas fazendas, dois terrenos e todo o gado. Carlos Pavão Espíndola foi condenado a 10 anos de prisão e multa de R$ 28,6 mil. Os irmãos , condenados respectivamente a 21 anos de reclusão e multa de R$78,5 mil e 16 anos de reclusão, mais multa de R$56 mil, perderam três fazendas. O mega traficante Carlos Alberto da Silva Duro pegou 11 anos, multa de R$82,3 mil e perdeu R$ 733 mil, três terrenos e uma caminhonete. Aldo José Marques Brandão pegou 27 anos, mais multa de R$ 272 mil, e teve confiscados R$ 875 mil e uma fazenda.
Doze réus foram extraditados do Paraguai a pedido do juiz, inclusive o 'rei da soja' no país vizinho, Odacir Antonio Dametto, e Sandro Mendonça do Nascimento, braço direito do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. 'As autoridades paraguaias passaram a colaborar porque estão vendo os criminosos serem condenados.' O juiz não se intimida com as ameaças e não se rende a apelos da família, que quer vê-lo longe desse barril de pólvora. Ele é titular de uma vara em Campo Grande e poderia ser transferido, mas acha 'dever de ofício' enfrentar o narcotráfico. 'Quem traz mais danos à sociedade é mega traficante. Não posso ignorar isso e prender só mulas (pequenos traficantes) em troca de dormir tranqüilo e andar sem segurança.'
ESTE É O CARA E MERECE NOSSOS APLAUSOS!
POR ACASO A MÍDIA NOTICIOU ESSA BRAVURA QUE O BRASIL PRECISA SABER? NÃO, AGORA SE ELE FOSSE UM BBB OU O JOGADOR DE FUTEBOL... APARECIA EM TUDO!
ESTE SIM, É UM VERDADEIRO BRASILEIRO!!!!
POR FAVOR, FAÇA A SUA PARTE!
Amazan
Jovita de João Vicente
Viúva de Nicolau
Depois de um acidente
Num dia de carnaval
Prum hospital foi levada
E depois de internada
Entrou em coma profundo
Ficou um mês apagada
Passando uma temporada
Nas brenhas do outro mundo.
Porém num dos sonhos seus
Muito contente ficou
Pois se encontrou com Deus
E o salvador lhe falou
Você pode retornar
Lá pra terra e ficar
Pondo em prática novos planos
A nada deve temer
Porque só irá morrer
Daqui a quarenta anos.
Jovita, uma véia feia
Dessas que assombram o povo
As pernas cheias de veia
Cintura larga de ovo
O narigão de tucano
As orelhas de abano
Canela de bem-te-vi
Fazia alguma ginástica
Mas nunca fez uma plástica
Com medo do bisturi.
Porém depois que saiu
Do coma, tranquilamente
Porque Deus lhe garantiu
Quarenta anos pra frente
Chamou um cirurgião
Fez logo uma relação
Do que queria ajeitar
Testa, nariz, sobrancelha
Pescoço, bochecha, orelha
Nada podia faltar.
Fez uma lipoescultura
Deu um trato no cabelo
Ficou com a estatura
E o corpo de uma modelo
O busto siliconado
O bumbum arrebitado
Pele fina, reluzente
Recebeu alta, afinal
Mas na frente do hospital
Sofreu um trágico acidente.
Um acidente fatal
Vejam só que resultado
Na frente do hospital
Onde tinha se operado
Mas foi o que aconteceu
Jovita as botas bateu
Foi vela preta e caixão
E quando chegou no céu
Procurou o pai fiel
Pedindo uma explicação.
Me responda, Pai amado
quero saber, por favor
conversamos mês passado
e na conversa o Senhor
me garantiu sem segredo
que eu não morria tão cedo
mas, no entanto, eu morri.
E Deus respondeu seguro:
Jovita, desculpe, eu juro
que não lhe reconheci!
Todos os dia iremos postar aqui uma pequena frase que sempre usamos aqui no Nordeste mas que para quem não é nordestino parece muito estranha. Isso é o que chamamos de Nordestinês.
Isso fará parte do Curso Intensivo de Nordestinês ( C.I.N ), Que iremos ministrar diariamente e em pequenas dose para não confundir seu quengo.
Na dureza das pedras crescem cactos. Na aridez do cenário, surgem personagens que só o sertão parece fazer brotar. É assim na região do Cariri Paraibano, no município de Monteiro. Na zona rural, há uma moradora ilustre conhecida como Zabé da Loca.
A idade não tirou seu senso de humor da dona Zabé. Ela tem 86 anos e passa boa parte dos dias na varanda de casa azul, observando o movimento, que não é muito, e lembrando a sua história, que não é pouca. “Eu já trabalhei muito. Trabalhei tanto que fiquei velha no tempo. Pai gritava. Nós éramos quatro. Era um em casa mais a mãe e os outros no roçado mais ele. Me criei trabalhando, minha filha”, contou Isabel Marques da Silva.
Zabé é nascida em Buíque, Pernambuco. Ainda adolescente foi para o município de Monteiro, na Paraíba, e há sete anos vive no assentamento Santa Catarina, em uma casa que ganhou do Incra no processo de reforma agrária. “Eu gosto da minha serra. Eu não vou porque a subida pra mim é ruim demais”.
Ela prefere mostrar o lugar da antiga casa sem sair da atual e aponta para um grupo de pedras. Uma delas costumava ser sua morada. É daí que vem o apelido “Zabé da Loca”. Loca quer dizer gruta, caverna. “Eu morei 25 anos debaixo dela. Era eu e os filhos. Tinha um marido, mas o marido morreu. Daí ficou eu e os dois filhos. Fui feliz, graças a Deus”.
A dona Zabé tem bronquite crônica. A audição também é bem prejudicada. “Eu fumo, mas é pouquinho”, disse.
Fôlego e ouvido são essenciais para o pífano, a arte que deu fama a ela. Zabé é conhecida como a rainha do pífano. Ela aprendeu a tocar o instrumento com o irmão aos 10 anos. “To com vontade de parar com isso porque isso acaba com o fôlego, acaba com os pulmões. O cigarro eu fumo só um pouquinho”, acredita.
Além do pífano, a vida passada na antiga loca define a figura de Zabé. O apelido acabou por virar seu nome artístico.
A equipe de reportagem tentou convencê-la a visitar a loca mais uma vez. “Sei lá, minha filha. Se for muito cedinho”, propôs dona Zabé.
No dia seguinte, bem cedinho, o grupo voltou à casa de dona Zabé. Ela já estava acordada, tomando um cafezinho. “Eu acho que não vou, não. Sei não. Eu vou resolver”, disse.
A dona Zabé teve três filhos. Uma filha foi criada por outra família, um filho é doente e o outro morreu. Quem cuida dela é Josivane Caiano.
A senhora trocou de roupa e concordou em acompanhar a reportagem. Para chegar até a antiga casa de dona Zabé foi preciso subir cerca de 200 metros. O caminho foi feito bem devagarzinho e trouxe muitas lembranças.
Josivane ajudou na subida e na conversa. “Naquele tempo eu tinha mais força”, relembrou.
O pequeno espaço formado por uma pedra inclinada e outra que serve de apoio foi bem aproveitado com a construção de duas paredes de taipa, uma nos fundos e outra na frente, com porta e janela. A dona Zabé logo se emocionou. Nas lágrimas estão a saudade do dias que ela viveu dentro da gruta, quase um terço da vida.
A dona Zabé mostrou onde costumava cozinhar. “Era assim: riscava o fósforo e fazia o fogo. Botava as panelas no fogo, botava feijão, botava carne, se quisesse. Aí pronto. Era só comer, pronto. A gente fazia de comer, comia, aí quando dava meio dia eu corria pra cama, ficava lá e dormia”, recordou.
Na loca não havia medo e dona Zabé disse que foi feliz no lugar. Ela passou necessidade, mas nunca fome. Do lado de fora, ela se lembrou do trabalho na roça para sustentar os filhos. “Eu plantava milho, plantava feijão por isso tudo. É que eu não posso mais trabalhar agora, não, mas se eu pudesse trabalhar, eu estava era aqui. Aqui é meu. Aqui eu comprei, lá foi o Incra que deu”.
Não demorou para dona Zabé sentir falta de Josivane. “Essa moça aqui, quando eu morrer, com uns oito dias, um mês, eu venho aqui buscar ela”, brincou.
“Nem pense, nem pense. Eu não vou não”, avisou Josivane.
A ligação entre Josivane e dona Zabé é quase de mãe e filha. As duas estão juntas há muitos anos. “Desde pequena eu convivo com Zabé. Minha mãe ia pra cidade e a gente ficava com Zabé, eu e mais quatro irmãos. Hoje, a gente não tem mais como se afastar. Ela adoece quando eu saio de perto dela. Acho que sente mais segurança”, acredita a jovem.
Ao lado da Loca, Zabé ensaiou as notas do Hino Nacional. A música, ao som do pífano de dona Zabé e sua banda foi parar em CD. Zabé ainda morava na gruta quando foi descoberta, aos 79 anos, pelo pessoal do projeto Dom Helder Câmara, do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Saída da loca, Zabé foi ganhando reconhecimento. Aos 85 anos, quem diria, recebeu o prêmio Revelação da Música Popular Brasileira em 2009. Ela coleciona diplomas importantes e muitas viagens de trabalho. As viagens e os shows pelo Brasil mudaram a vida de Zabé e de muita gente ao redor.
“A dificuldade quando a gente começou a viajar, sete anos atrás, era de chegar ao hotel e não saber preencher a fichinha. Eu ficava morrendo de vergonha, meu Deus do céu. Eu ficava empurrando para os outros fazerem. Aí me perguntavam ‘por que você não faz?’ e eu ficava com vergonha de dizer que não sabia ler. Quando eu comecei a preencher aquela fichinha eu disse ‘agora eu já sei, agora não tenho mais vergonha, não’. Antes de alguém pegar, eu já pegava. Falava ‘me dá a minha fichinha porque eu vou preencher a minha e as dos outros’”, revela Josivane.
Antônio Soares da Silva, conhecido como seu Pitó, tem história parecida. Ele também faz parte da banda. “Da primeira vez que fui pra Brasília com ela, fiquei na rodoviária atado, sem saber onde estava o sanitário, porque não sabia o nome do sanitário, onde era. Estava vendo, mas não sabia. Daí apareceu esse Brasil Alfabetizado, eu fui, comecei e hoje eu leio até o jornal”, conta.
Com a fama de Zabé, a já letrada Josivane fez um projeto e venceu o prêmio do Ministério da Cultura. Com a verba que recebeu, de R$ 10 mil, criou uma escola de músicos. Ele dá aula de percussão e mostra que tem muito jeito com a criançada.
A dona Zabé ensina o pífano a Daniele, de 11 anos. Ela deve aprender logo, assim como Ranielson. Neto de pifeiro, ele só foi aprender a tocar com o projeto de Zabé.
A banda dos meninos, formada há dois anos, já participa de festivais no estado da Paraíba. “Meu sonho é poder ampliar este projeto para outras áreas que não tenham Zabé como estímulo e que não tem músicos, mas que tenham pessoas ali que carreguem uma cultura, que tenham uma raiz forte na música, na cultura, na arte”, afirmou Josivane.
Cultivar a raiz cultural do nosso povo e fazer brotar desejos antes nem sonhados. Josivane que se tornar assistente social, o seu Pitó sonha em escrever suas próprias canções e os meninos da banda querem se tornar profissionais da música.
E o sonho de dona Zabé? “Meu sonho é trazer tudo de casa e vou me mudar para aqui”, revelou.
A Zabé quer voltar para a loca, mas ela também adora viajar. Ela disse que vai de carro, de avião ou do que aparecer.
INFO: G1 e GLOBO RURAL.